A tarefa colocada aos estudantes, ao início da manhã de hoje, na Escola Superior de Tecnologia do Barreiro, não era certamente simples: construir uma ponte. O desafio torna-se ainda mais complexo, se tivermos em conta que cada equipa contou apenas com um quilograma de esparguete e dois tubos de cola. No final, as pontes seriam testadas, avaliando a sua resistência ao peso.

Esta exercício é realizado com frequência, por exemplo, em ações de team building e serve para testar e desenvolver competências como trabalho de equipa, gestão de recursos ou pensamento criativo e abstrato. Existem mesmo competições regionais, em que as pontes são avaliadas pela sua resistência e também pela vertente estética. Foi desta forma que os participantes da IPStartupWeek começaram o segundo dia de atividades. 

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Sendo os participantes desta academia estudantes do Ensino Secundário, realça a diretora da EST Barreiro, Telma Guerra Santos, existe ainda uma mais-valia adicional resultante desta atividade, relacionada com os “resultados de aprendizagem”. Ou seja, com o conhecimento das competências garantidas por cada curso do Ensino Superior: “Através da construção desta ponte, os estudantes conseguem, de forma lúdica, ter uma noção do que está envolvido na construção – do planeamento ao desenho, passando pela conceção ou execução”.

No final, a vitória sorriu à equipa "Green Bridges", com a sua construção a suportar um peso de 3,5 Kgs. 

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Conhecer o laboratório (e a Ciência)

À semelhança deste momento, também as atividades realizadas à tarde, nos Laboratórios de Engenharia Química e Biológica, permitiram conhecer melhor as licenciaturas de Bioinformática, Biotecnologia e Tecnologias do Petróleo. As atividades práticas dividiram-se em quatro estações, com quatro tarefas distintas: criar um fio de nylon, produzir gomas a partir de groselha, transformar moedas de cobre e pintar utilizando microorganismos.

Em comum, destaca a diretora, as atividades de hoje tiveram como objetivo “motivar os estudantes para a Ciência”. Nesse sentido, o carácter prático das atividades não é obra do acaso. Numa escola superior ligada à tecnologia, sublinha Telma Guerra Santos, a prática teria sempre prioridade: “A abordagem prática é fundamental, por resultar numa maior motivação e, consequentemente, num conhecimento mais aprofundado”.

 

“A abordagem prática é fundamental, por resultar numa maior motivação e, consequentemente, num conhecimento mais aprofundado”.
Telma Guerra Santos, Diretora da EST Barreiro

 

Desta forma, os participantes podem contactar com a realidade das licenciaturas da EST, destaca Telma Guerra Santos, salientando ainda uma outra oferta formativa que poderá interessar “aos estudantes que queiram integrar o mercado de trabalho mais rapidamente”: os Cursos Técnicos Superiores Profissionais (CTeSP).

 

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Na EST Barreiro, existem duas ofertas de CteSP: Reabilitação Energética e Conservação de Edifícios e Tecnologias de Laboratorio Químico e Biológico. Com uma duração de dois anos, estas formações permitem ainda, após a conclusão, a transição para licenciatura, dentro da mesma instituição de ensino, com possiblidade de equivalências.

Durante as atividades, os 50 participantes foram acompanhados por professores e estudantes da EST. Um dado que, para a diretora, mostra “o relacionamento próximo que existe entre todos”. “Essa proximidade é também uma marca desta escola”, concluiu.

 

Entrar na maré

O Moinho da Maré da Mourisca é uma das marcas humanas mais antigas das margens do rio Sado. Uma inscrição em pedra, datada de 1601, aponta que esta estrutura terá mais de 400 anos. Foi muitas décadas depois, em 1989, que o Instituto de Conservação da Natureza e da Floresta (ICNF) comprou as ruínas daquele foi o último dos moinhos do Sado, depois de ter cessado a sua atividade em 1967. A reconstrução terminou em 1995. Desde 2012, a Câmara Municipal de Setúbal, em cogestão com o ICNF, dinamiza este espaço. 

Durante o final da tarde de hoje, os participantes da IPStartupWeek puderam visitar o moinho e parte da Reserva Natural do Estuário do Sado. A principal preocupação, destacou a técnica de turismo que acompanhou a visita dos estudantes, Isabel Guimarães, "é ecológica". Como tal, a visita incluiu a observação das diferentes espécies de aves que aqui habitam, por exemplo. "Durante esta visita, abordamos temas ecológicos, sensibilizando e informando como podem desfrutar deste espaço, integrados com a Natureza", explicou, acrescentando que, valorizando o espaço, os estudantes poderão procurar preservá-lo e participar nas atividades que aqui são realizadas. Libertação de aves ou workshops ligados à flora local são alguns exemplos, bem como atividades com a Ciência Viva. 

 

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A visita ao Moinho da Maré da Mourisca inclui também uma passagem pela vertente "histórica e etnológica", destaca Isabel Guimarães. "Este equipamento já não é da geração destes jovens", recorda a responsável, antes de concluir: "O objetivo é permitir compreender, à distância do tempo, como eram as práticas antigas. Conhecer um tempo que já não conseguirão experienciar pode ser importante para estes jovens". 

Depois de jantar, foi altura de entrar no mundo do cinema, com a visualização do filme "A Rede Social", de David Fincher. Amanhã, as atividades continuam logo pela manhã, com o "EmpreendeLab": um desafio de criação de uma marca para alguns dos laboratórios do Instituto Politécnico de Setúbal.