Em 2018, o presidente da Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP), José Miguel Trigoso, destacou que o aumento de mortos nas estradas portuguesas, em 2017, “está todo exclusivamente concentrado nos motociclos”. Citado pela Lusa, o presidente da PRP realçou o aumento da circulação de motos, durante o ano passado, devido à “economia, mobilidade” e ao “bom tempo”.

Também o presidente da Autoridade Nacional da Segurança Rodoviária (ANSR), Jorge Jacob, destacou o aumento dos acidentes com motos, em declarações ao jornal Público: "sabemos que os acidentes com motos e as vítimas decorrentes aumentaram muito, mais do que duplicaram".


Como circular em segurança em duas rodas?
A Polícia de Segurança Pública oferece 10 “regras essenciais” para a condução sobre duas rodas.
Conhece os Perigos – Evita circular entre dois veículos e conduzir junto a pesados.
Identifica as Armadilhas – Evita estradas com carris ou piso molhado, buracos ou óleo.
Conduz Equipado/a – Protege cabeça, olhos, mãos, pés, tornozelos, joelhos e cotovelos.
Liga as Luzes – É obrigatório e é uma forma de ver e ser visto, evitando os acidentes.
Sê Defensivo/a – Antevê o que os outros condutores poderão fazer e possíveis erros.
Está Concentrado/a – Evita conduzir com cansaço, tensão ou depois de beber álcool.
Olha em Frente – Ao olhar em frente, prepara-se a todo o momento para a sua viagem.
Evita a Noite – Principalmente em viagens longas ou em zonas com fraca iluminação.
Evita Assaltos – Escolhe percursos mais seguros e estaciona em zonas visíveis, se possível.
Sê Positivo (e com espírito cívico) – Comunica com os outros condutores, agradecendo.
Adaptado de “Condução Sobre Duas Rodas”, Polícia de Segurança Pública (psp.pt)


 

Independentemente das variações anuais dos números, existem mesmo especificidades da condução em duas rodas. Segundo as estatísticas da Autoridade Nacional para a Segurança Rodoviária (de 2013), a probabilidade de morte de condutores em ciclomotores e motociclos era, à data, três vezes superior à dos condutores de automóveis ligeiros.

Um dado relacionado com esta taxa de mortalidade diz respeito às consequências do acidente. Enquanto no caso dos veículos ligeiros, existem muitos acidentes em que todos os intervenientes saem ilesos (59% do total), no caso dos motociclos, apenas 5% dos envolvidos escapou sem ferimentos.

 

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De acordo com esta ficha técnica, a maior vulnerabilidade dos condutores de duas rodas está relacionada com fatores como a menor proteção, visibilidade e estabilidade do veículo, bem como alguns comportamentos que são característicos deste tipo de condução, como ultrapassagens em espaços reduzidos.

Este dado, ressalva a ANSR, “não deve constituir um impedimento à sua circulação”, sendo antes “aspetos a ponderar com especial atenção com vista a fomentar a sua segurança”. É importante também realçar que a tendência de evolução, desde o início do século, é a de uma redução substancial dos acidentes com veículos de duas rodas: entre 2004 e 2013, o número de mortos diminuiu 58%, destaca o relatório.