Para celebrar o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, iniciou-se hoje, dia 3 de maio, o VI Encontro Nacional de Educação para os Media, em parceria com a Direção-Geral da Educação, o Grupo Informal sobre Literacia Mediática e o Centro de Formação António Sérgio. O encontro realizou-se em formato híbrido e contou com ‘Liberdade de imprensa nos dias de hoje’ como tema principal.

De acordo com o secretário-geral da presidência do conselho de ministros, Sérgio Gomes da Silva, o encontro teve como objetivo “convocar os jovens e a comunidade escolar para refletir sobre a liberdade de expressão no presente e sobre o papel dos media enquanto elemento de aprendizagem e formativo no atual contexto de incerteza”. A pandemia e a guerra, refere Sérgio Gomes da Silva, “criaram o contexto favorável à propagação da desinformação e a políticas restritivas da liberdade de expressão e, em particular, para a liberdade dos meios de comunicação”.


Susana Tavares, da Direção Geral da Educação, explica que “a DGE atua como parceiro para ‘pôr de pé’ este tipo de eventos. Este ano está com o grupo informal de literacia para os media e integra a semana dos sete dias para os media”. De acordo com Susana, “optámos por tratar esta matéria ‘liberdade de imprensa nos dias de hoje’ porque os jovens são o futuro e têm de perceber que a informação que partilham vai ter graves consequências na forma como o mundo é lido”.

Todos os acontecimentos recentes, como uma pandemia e a guerra na Ucrânia, são amplificados pela intensiva cobertura mediática, e inspiram um sentimento de vulnerabilidade na generalidade das populações, mas principalmente para os mais jovens.

Maria Flor Pedroso apresentou-nos como é que os diferentes meios de comunicação para os públicos mais jovens adaptaram a sua informação noticiosa nestes tempos de incerteza. A FORUM, representada pelo seu diretor-geral, Gonçalo Gil, foi um dos órgãos de comunicação presentes nesta mesa-redonda. Questionado sobre a forma como um órgão de comunicação pode combater a desinformação, Gonçalo mencionou que, dado que todos usamos redes sociais, “é muito difícil combater toda a desinformação que há. É um tempo de incerteza, mas embora seja difícil combater, não é impossível”. Gonçalo Gil acredita que a melhor forma é “ensinar os mais jovens a ouvir notícias, a interpretá-las, para que percebam se são ou não fidedignas”.


"Temos de refletir acerca daquilo que andamos a fazer no clima psicológico que se anda
a criar na sociedade” Cláudia Lobo


Cláudia Lobo, da revista Visão Junior, confessa que “para um jornalista é altamente desafiante estar a escrever coisas para ter a certeza que o mensageiro percebe. A nossa experiência é que há adultos que leem o que escrevemos para perceber o que é escrito para eles”. Afirma também que uma das suas preocupações é que as notícias desenvolvidas “não criem medo, pânico ou ansiedade. Temos de refletir acerca daquilo que andamos a fazer no clima psicológico que se anda a criar na sociedade”.

Já Bárbara Simões, do projeto ‘Público na Escola’, um projeto de educação para os media no jornal Público, revela que “incentivar os mais novos para o mundo da informação é um dos caminhos para que venham a ser uns grandes leitores de informação e combater a desinformação”. Iolanda Ferreira, da Rádio ZigZag, acrescenta ainda que “quanto mais bem informadas estiverem, melhor as crianças um dia vão defender as suas vontades”. Iolanda defende que as crianças não deverão ser colocadas numa ‘bolha’ em relação ao mundo onde vivem: “devemos dar pistas para as crianças serem cidadãs de corpo inteiro”.

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