A Batalha de Aljubarrota pode ter acontecido há vários séculos, mas a vila que lhe herdou o nome permanece e tem mais vida do que nunca. No quarto dia desta Academia que tem percorrido a zona Oeste, o grupo deslocou-se à Batalha, para ficar a conhecer melhor o que este município tem para oferecer.
Assim, a visita começa obrigatoriamente pelo Museu da Comunidade Concelhia da Batalha, onde os 24 estudantes foram recebidos pelo Presidente da Câmara Municipal da Batalha, Paulo Baptista Santos, e pelo seu vereador da Cultura, André Loureiro. O Presidente deu as boas-vindas aos participantes e desejou “que aproveitem e que gostem da Batalha”.
Conduzidos pelas técnicas Ana Moderno e Emilie Baptista, foi possível ficar a conhecer este Museu, que é, antes de mais, um espaço inclusivo, com diversos equipamentos adaptados e todas as acessibilidades para ser um “Museu, realmente, para todos”, como explicou Ana Moderno.
A exposição leva o visitante numa viagem desde o início dos tempos até aos dias de hoje, centrada no território da Batalha. Pode atestar-se a evolução geológica da região, bem como as diferentes características das diversas ocupações humanas, desde a Pré-História, passando pela ocupação romana e até aos dias de hoje.
Incontornável visita é, como será óbvio, o Mosteiro de Nossa Senhora da Vitória, mais conhecido como Mosteiro da Batalha. Construído para cumprir a promessa de D. João I, após a vitória contra os castelhanos na Batalha de Aljubarrota, este mosteiro dominicano, considerado Património da Humanidade pela UNESCO, foi construído ao longo de dois séculos e é exemplo da arquitetura do estilo manuelino.
Para o explicar, ninguém melhor do que os próprios arquitetos do mosteiro, como David Huguet, Martim Vasques e João de Castilho, que decidiram marcar presença e conduzir o grupo numa visita aos diversos espaços do Mosteiro. Estas personagens históricas, interpretadas pelos atores do grupo “O Nariz” – Teatro de Grupo, ajudaram a explicar os vários elementos distintivos do espaço, sempre com um toque de humor, e contaram, na primeira pessoa, as diversas fases de construção do Mosteiro. Esta dinâmica foi muito importante para João, de 16 anos, uma vez que, nas suas palavras, todos estavam “mais atentos e interessados e acabámos por perceber melhor” o que era explicado.
De seguida, rumou-se à aldeia da Pia do Urso, onde a Câmara Municipal da Batalha proporcionou cordialmente o almoço no restaurante da aldeia.
Nélia Rodrigues, do Turismo da Batalha, explicou um pouco da história da aldeia, que remonta à época romana, uma vez que se crê que a estrada que ligava Olissipo a Bracara Augusta passava ali perto. O nome da aldeia, por exemplo, terá surgido da existência de um urso nas redondezas, que bebia da água retida numa “pia” (uma reentrância ou pequena concavidade na rocha calcária, fruto da erosão). Contou também a lenda que diz que os soldados de D. Nuno Álvares Pereira passaram na aldeia a caminho de Aljubarrota e que, inclusivamente, terão levado algumas pedras para servirem de munições contra os castelhanos…
Parte integrante do complexo na aldeia da Pia do Urso, que inclui alojamentos, lojas, cafés e até um premiado lagar de azeite, é o Eco-Parque Sensorial da Pia do Urso, o primeiro parque deste género no país. Este percurso pela natureza envolvente está preparado para acolher visitantes invisuais e dispõe de seis estações sensoriais para despertar os sentidos e a imaginação.
Depois de passear por cima da terra, foi vez de descer ao subsolo e a visita às Grutas da Moeda proporcionou precisamente isso a estes estudantes. Como explicou o guia Rúben Pereira, esta região integra o maior maciço calcário da Península Ibérica: “para terem uma ideia, é do tamanho de cerca de 80 000 campos de futebol!” A gruta é visitável até aos 45 metros de profundidade, uma altura equivalente a um prédio de 11 andares. Como pontos de atração óbvios numa gruta, as estalactites e as estalagmites fixaram a atenção do grupo, uma vez que cada centímetro de crescimento corresponde sensivelmente ao decorrer de um século.
Depois do jantar, foi tempo de revelar os vencedores dos desafios criativos que fizeram parte do programa da Academia e distribuir os prémios e certificados de participação.
Aproxima-se o fim desta Academia e desta aventura e, para acabar em beleza, amanhã o dia será passado em Leiria.