A perceção de que uma formação superior em Filosofia apenas habilita para o ensino tem vindo a alterar-se. Quem o garante é o coordenador da licenciatura da FCH-Católica nesta área de estudo, Luís Lóia: “Os nossos licenciados são cada vez mais procurados por empresas, quer do sector público quer do sector privado”.

Tendo em conta este interesse, que competências possuem estes diplomados que são valorizadas pelo mercado de trabalho? Luís Lóia explica que estas instituições encontram nos diplomados deste curso capacidade crítica e reflexiva no âmbito da identificação e resolução de problemas.

“Os nossos licenciados são cada vez mais procurados por empresas, quer do sector público quer do sector privado”.
Luís Lóia, coordenador da licenciatura em Filosofia da FCH-Católica

“[Esta procura] existe em particular nas áreas da Ética Empresarial, dos Recursos Humanos, mas também da Política e da Diplomacia e atualmente, de forma mais premente, nas áreas que lidam com questões de Bioética e de Inteligência Artificial”, revela. 

O leque de opções é vasto, acrescenta o coordenador, sublinhando que “apenas uma sólida formação geral e humanística pode responder aos atuais desafios do mercado de trabalho”. “E é isso que nós proporcionamos aos nossos alunos”, garante.

Uma licenciatura única

A licenciatura em Filosofia da FCH tem a característica de ser ministrada em regime de b-learning [blended learning], ou seja, combinando aulas presenciais e a distância. Esta é, de resto, a primeira e única licenciatura da área com estas características em Portugal, destaca o coordenador.

Esta modalidade de ensino implica um regime de apoio tutorial e um contacto permanente dos docentes, no acompanhamento de cada aluno como um caso particular. O resultado é a diferenciação dos percursos de aprendizagem, à medida das características do estudante, mas também a promoção da “iniciativa e autonomia de cada aluno na gestão do seu percurso académico”, explica Luís Lóia.

Por outro lado, o regime de b-learning permite aos estudantes conciliar o seu interesse pelos estudos filosóficos com outras atividades profissionais, académicas ou pessoais. Desta forma, é possível, realça Luís Lóia, construir um espírito de comunidade de características únicas – “com alunos que se espalham por todo o território nacional, mas também com alunos que residem no estrangeiro, a maioria deles portugueses, mas também de outras nacionalidades".

“Uma base para todas as áreas do saber”

Tanguy du Mérac é estudante do 2.º ano da licenciatura em Filosofia e, simultaneamente, de um outro ciclo de estudos de 1.º ciclo. De resto, foi por essa razão que escolheu a formação da FCH-Católica, conta: “Escolhi a FCH dado que, tendo a necessidade de estar presencialmente noutra licenciatura, não conseguiria articular dois cursos presenciais”.

O modelo que encontrou na FCH Católica revelou-se adequado, permitindo “manter um ritmo de trabalho” necessário para as duas licenciaturas. “O curso da FCH apresenta várias vantagens, nomeadamente, a nível da gestão do tempo e dos trabalhos”, revela, garantindo que os estudos e a avaliação permitem “uma maior flexibilidade”, facilitando, tal como destaca o coordenador de curso, “a gestão do curso por parte do aluno”.

Estudar Filosofia, sublinha Tanguy, terá um impacto considerável em várias dimensões. No seu caso, do ponto de vista profissional, os conhecimentos adquiridos na licenciatura da FCH-Católica vão servir de base para reflexão e defesa de valores relacionados com a bioética. Mas as aprendizagens terão também um papel a cumprir a nível pessoal.

“Penso que a filosofia participa ativamente na construção do nosso ser, agindo como um guia ao longo da vida humana”, sublinha, antes de concluir: “É essencial em todas as interações, quer com o mundo que nos rodeia, quer connosco próprios”.