Até maio, passarão pela Escola das Artes, artistas, cineastas, críticos, curadores e investigadores, que irão discutir a forma como a arte tem problematizado as questões prementes da ecologia e da biodiversidade. As sessões – que poderão assumir o formato de conferência, masterclass, conversa, performance ou apresentação de filmes – analisam de que forma as práticas, discursos e pesquisas artísticas refletem, hoje, uma consciência crítica do modo como o planeta está a ser alterado, destruído e extinto através da ação humana.  

A aula inaugural está agendada para 13 de fevereiro e conta com a participação da cineasta e artista brasileira Ana Vaz que, à conversa com o diretor da Escola das Artes, Nuno Crespo, falará sobre “Cinema e Ecologia”. Seguir-se-ão outros cineastas, nomeadamente Leonor Teles – que falará do “Cinema e Comunidade” – ou Susana de Sousa Dias, que apresentará “Fordlandia Malaise”, que estreia, este mês, no Forum Expanded do Festival de Berlim. O filme trata um utópico projeto industrial desenvolvido por Henry Ford na Amazónia, a partir do qual se discutirá o “Colonialismo e Sustentabilidade”. Saindo do universo do cinema, a iniciativa fica marcada pela presença do crítico e curador Luíz Camillo Osório, que falará de “Arte e censura” e sobre a polémica que envolveu a sua exposição “35º Panorama de Arte Brasileira”. Outro dos destaques do ciclo vai para a aula aberta com o fotógrafo e crítico britânico David Campany, que terá como tema “Editing and Meaning” e durante a qual se discutirá a importância que as várias formas de edição têm na construção de significado e mensagem.  

Outro dos destaques do programa será assegurado por Nuno da Luz e surge no contexto da exposição “Poetry as an echological survival”, que o convidado inaugura na Escola das Artes. A este nível, refira-se que, de outubro a dezembro de 2018, ele foi o artista residente da Escola das Artes, período em que investigou o ambiente da envolvente específica da Escola das Artes (a proximidade à Foz do Douro e ao Oceano Atlântico), a partir do qual desenvolverá uma triangulação «echológica» entre espectador, espaço de exposição e a envolvente.

O programa contará, ainda, com a inauguração da exposição de Jonathan Uliel Saldanha, que conclui, assim, um período de residência iniciado em janeiro. “Dismorfia e Opacidade” encerra um conjunto de conversas públicas em que Jonathan Uliel Saldanha aborda as várias fases do processo de produção de uma peça performativa para um coro de cegos, desenvolvida em parceria com a BoCA (Bienal de Arte Contemporânea).

As aulas abertas decorrem no campus Foz da Católica no Porto e têm entrada gratuita.

 

Programa Aulas Abertas: Arte & Ecologia

Cinema & Ecologia | Ana Vaz + Nuno Crespo (artista / crítico) | 13 de fevereiro

Arte e Censura | Luiz Camillo Osório (crítico e curador) | 21 de fevereiro

Migração, Exclusão, Resistência | Carla Filipe + Margarida Silva (artista / bióloga) | 28 de fevereiro

Sobrevivência Ecológica | Nuno da Luz (artista) | 7 de março

Animais e Fantasmas | Sandro Aguilar (cineasta) | 14 de março

Musical Performance | John Rink (músico e musicólogo) | 21 de março

Criação no Digital | Rui Penha (músico e compositor) | 28 de março

Coisa Sónica, Causa Visual | Pedro Tudela + Miguel von Hafe Pérez (artista / curador) | 4 de abril

Dismorfia e Opacidade | Jonathan Uliel Saldanha (artista) | 11 de abril

Cinema e Comunidade | Leonor Teles (cineasta) | 2 de maio

Editing and Meaning | David Campany (fotógrafo) | 9 de maio

Regresso à Paisagem | Jorge Gaspar (geógrafo) | 16 de maio

Colonialismo e Sustentabilidade | Susana de Sousa Dias (cineasta) | 23 de maio