O projeto Ubuntu integra um conselho científico que tem medido o impacto da Academia de Líderes Ubuntu nas Escolas junto de estudantes, professores e líderes de instituições de ensino. O presidente deste organismo, José Luís Gonçalves, partilhou hoje, durante o Encontro Nacional de Escolas Ubuntu 2023, algumas das conclusões do trabalho realizado.

De acordo com o também investigador da Universidade do Porto, “os alunos dizem, antes de mais, reencontrar-se consigo mesmas”, sendo que o “autoconhecimento e a autoconfiança que adquirem é fundamental”, nesse particular. Por outro lado, acrescentou, também as relações com os pares são modificadas, bem como a motivação para aprender. “Altera-se a forma como veem a Escola, participando [mais] efetivamente”, acrescentou.

 

 

Também a dimensão do ambiente escolar é impactada positivamente pelo projeto Ubuntu, garantiu José Luís Gonçalves, destacando “um menor número de conflitos e uma gestão notável da diversidade e acolhimento da diferença”. Nesse sentido, assegurou, os diretores de escolas e agrupamentos inquiridos dizem existir uma repercussão direta na melhoria do projeto educativo na Escola.

Por fim, do ponto de vista dos educadores, revelou o presidente do conselho científico do projeto, destaca-se o impacto na relação pedagógica com os estudantes, nomeadamente no que diz respeito à visão da história de vida de cada aluno, bem como no desenvolvimento pessoal e profissional. “Realizámos jornadas científicas e, em breve, lançaremos uma publicação que integra estes estudos, onde o impacto [do projeto] fica muito claro”, revelou, deixando uma garantia: “As Escolas Ubuntu transformam, de facto, pessoas e instituições”.

 


As Escolas Ubuntu transformam, de facto, pessoas e instituições”
José Luís Gonçalves, Presidente do Conselho Científico da Academia de Líderes Ubuntu

 

A esperança e o crescimento

A perspetiva de quem passou pela experiência Ubuntu na primeira pessoa também esteve em destaque nesta sessão. O antigo participante e hoje formador das Escolas Ubuntu, Bhoye Diallo, subiu a palco para partilhar que a filosofia Ubuntu é “urgente no mundo e na vida das pessoas, para que cada um de nós possa viver de forma mais digna e livre”.

“A Academia de Líderes Ubuntu ajudou-me a reconciliar-me com a minha história e encontrar um sentido”, contou depois, tendo sido, por isso, “essencial no desenvolvimento pessoal”. Para Bhoye Diallo, por essa razão, a experiência Ubuntu pode ser fundamental para oferecer confiança a todos os jovens. “Em cada escola que passamos, testemunhamos isto”, sublinhou, antes de concluir: “Vemos jovens a mudar as suas vidas, a reacender as luzes da esperança na sua vida”.

 

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A professora do Agrupamento de Escolas Agostinho da Silva, em Sintra, Teresa Marinho, partilhou depois a sua experiência no projeto. “O Ubuntu é chegar a casa”, começou por destacar, explicando que, depois do seu agrupamento de escolas abraçar o desafio, em 2018, tem vindo a constatar o elemento “transformador” deste projeto: “Enquanto educadora, posso dizer que saímos de uma semana Ubuntu mais ricos”.

O Encontro Nacional de Escolas Ubuntu continua, durante a tarde de hoje, com vários momentos de partilha e celebração. Acompanha a nossa cobertura em forum.pt!