Foi há cerca de 800 dias que o Centro de Reabilitação Profissional de Gaia (CRPG) implementou o método Ubuntu. “Vimos no Ubuntu uma estratégia poderosa para reforço da nossa intervenção”, recordou o Diretor do CRPG, Jerónimo Sousa, durante a sessão de abertura do encontro que, durante a tarde de hoje, no edifício do CRPG, serviu também como momento de avaliação do projeto e de partilha de experiências.
Desde então, mais de 318 clientes e colaboradores já participaram em várias edições de projetos relacionados com esta metodologia. “Hoje, queremos celebrar os resultados e partilhá-los com vocês”, acrescentou, dirigindo-se à audiência que hoje se deslocou até ao auditório do CRPG.
Durante um painel intitulado “Como vivi a minha participação?”, vários clientes do CRPG contaram à plateia as diferentes formas como o método criado a partir do conceito “Eu sou porque tu és” apoiou a sua recuperação. “O [método] Ubuntu abriu-me a minha forma de pensar, porque eu estava fechado dentro de mim”, realçou um dos utentes, antes de descrever como esta experiência o ajudou a “encontrar uma rota e um caminho até ao meu sonho, que espero ainda alcançar: voltar a trabalhar outra vez”.
“Nunca tínhamos implementado o método Ubuntu numa instituição, mas tínhamos a convicção de que valia a pena tentar e ainda bem”, explicou depois o presidente do IPAV, Rui Marques, que apresentou um estudo sobre o impacto desta implementação.
«O [método] Ubuntu abriu-me a minha forma de pensar, porque eu estava fechado dentro de mim. Ajudou-me a encontrar uma rota e um caminho até ao mu sonho, que espero ainda alcançar: voltar a trabalhar outra vez»
A autoperceção dos participantes relativa a este impacto, revela que, 15 dias após a formação, estes indicam uma evolução em cinco pilares fundamentais, sentindo-se “mais autoconfiantes, mais resilientes, mais empáticos, com um maior autoconhecimento e com mais vontade de colocar ao serviço do outro”. Por outro lado, há ainda um impacto adicional que, salientou Rui Marques, é fundamental no contexto CRPG: “Maior presença de sentido de vida”.
Os resultados registados levam Rui Marques a considerar que o projeto Ubuntu “é agora um contributo para a instituição, para os seus trabalhadores e para os seus clientes”, deixando ainda uma mensagem: “Podemos construir uma sociedade a partir da diversidade funcional”.
Olhando o futuro
A implementação do método Ubuntu envolveu várias dimensões. Paralelamente à capacitação da equipa e ao enriquecimento da estrutura curricular, a aposta passou pela aplicação do método Ubuntu na intervenção junto dos clientes deste centro que, há 30 anos, trabalha a reinserção profissional de pessoas com diversidade funcional.
Fazendo um balanço dos três anos de implementação do projeto, o diretor do CRPG deixou uma garantia: "O nosso sentido de propósito sai muito reforçado por este projeto". Olhando o futuro, Jerónimo Sousa destacou a "herança" que se fará sentir na capacitação e motivação dos colaboradores, bem como no enriquecimento curricular realizado.
As atividades do Ubuntu Fest continuam durante o resto do dia e do fim de semana. Podes saber mais, aqui.