Menos trabalhadores-estudante (mas com mais dificuldades)
Portugal tem uma das percentagens mais baixas de estudantes que trabalham (49%), muito abaixo da média global dos países que participam no estudo (80%). Destes, mais de metade dos estudantes que trabalham mais do que 20 horas por semana dizem ter dificuldades nos estudos devido ao seu emprego.
Por outro lado, mesmo no caso dos estudantes com um trabalho que ocupa menos de 20 horas, é possível observar um padrão que sinaliza “vontade de desistir dos estudos”, de acordo com a Eurostudent.
Estudos financiados por famílias
No que diz respeito ao financiamento de estudos de nível superior, em Portugal, a grande maioria é proveniente de familiares. Cerca de 89% dos estudantes portugueses recorre a esse método de financiamento, um dos valores mais altos do estudo.
Também a maioria (51%) dos períodos de mobilidade internacional são suportados pelas famílias. Tendo em conta este quadro, Portugal é um dos países onde existe uma correlação mais clara entre o menor conforto financeiro das famílias e a existência de problemas financeiros “muito sérios”.
Um dado relevante para a interpretação deste dado é o facto da idade média dos estudantes de ensino superior em Portugal estar abaixo da média dos países que participam no estudo (25 anos) – apenas 24% dos estudantes em Portugal têm mais de 25 anos.
Estudantes revelam dificuldades financeiras
No que diz respeito a dificuldades económicas sentidas pelos estudantes, a nível global dos países participantes, 72% dos inquiridos diz sentir algum tipo de dificuldade – seja ela leve (21%), moderada (27%), séria (16%) ou muito séria (8%).
Portugal regista um dos menores números de estudantes que regista dificuldades “sérias “ou “muito sérias. Por outro lado, 73% dos estudantes em Portugal diz sentir algum tipo de dificuldade.
A nível global dos países participantes, 72% dos estudantes inquiridos diz sentir algum tipo de dificuldade financeira
Estudantes com necessidades especiais insatisfeitos
Portugal encontra-se no grupo dos países onde grandes percentagens de estudantes com necessidades especiais se dizem insatisfeitos com os apoios existentes. Mais de 40% dos estudantes nestas condições afirmam não receber apoio suficiente. Em Portugal, a limitação mais vezes elencada é “deficiência sensorial (visual ou auditiva)”, diz a Eurostudent.
9 em cada 10 estudantes paga propinas
Em média, nos países participantes no estudo, 57% dos estudantes pagam propinas para frequentar instituições de ensino superior. Em Portugal, esse número ultrapassa os 90%, tal como na Suíça, Noruega ou Luxemburgo, por exemplo. Em contraste, na Suécia e na Finlândia, menos de 1% dos estudantes pagam propinas.
Apenas 6% dos estudante vive sozinho/a
Mais de metade dos estudantes de ensino superior em Portugal vive com os pais. Apenas 6% vive sozinho ou sozinha. Para os estudantes que saíram de casa dos pais, Portugal está no grupo onde as despesas com rendas ocupam uma maior fatia do orçamento mensal (acima de 40%).
Destaque ainda para o facto de Portugal está no grupo que regista uma das maiores diferenças entre o preço do alojamento na capital e noutras cidades a partir dos 100 mil habitantes (com um custo pelo menos 30% superior).