As escolas portuguesas podem parar em novembro, na semana de 17 a 22, para protestar o fim dos combustíveis fosséis até 2030. Este é o aviso do movimento Greve Climática, que através de uma carta assinada por mais de 1.500 estudantes, exigiu ao Governo para se comprometer com esta data.

Foi ainda anunciado, que no dia 10 de outubro, os estudantes vão marchar até à sede de governo. Esta marcha serve como um "último aviso" de que o governo tem de garantir um planeta habitável.

Em comunicado, o movimento alertou: "Se até novembro não se comprometerem com o fim ao fóssil até 2030, os estudantes vão parar as suas escolas na semana de 17 a 22 de novembro". Na mesma carta, os jovens avisam que o seu futuro "não está à venda".

 

 

 

 

Esta não é a primeira vez que os jovens se fazem ouvir junto do Governo. O ano passado, estudantes do ensino bássico ao universitário fizeram-se ouvir e entregaram na sede do governo uma carta com as mesmas exigências.

Para a estudante de Direito, Catarina Bio, é preciso fazer algo pois os jovens não tem outra "opção". "Nós só queremos a possibilidade de ter um futuro justo e em segurança”, diz a jovem num comunicado do movimento citado pela agência Lusa. 

 

Movimento Climático. Quando os jovens “lutam pelo seu futuro”


O movimento climático tem vindo a ganhar destaque nas últimas semanas. As ações dos grupos Climáximo e Greve Climática Estudantil são uma presença repetida nos meios noticiosos. A FORUM explica-te a presença deste movimento em Portugal e apresenta-te os pontos de vista de duas jovens ativistas que pertencem à Greve Climática Estudantil.

 


 

 

 

Catarina Bio acrescenta que "o governo sabe" que está a condenar a sua geração à morte caso não garanta "uma transição antes que seja tarde demais". Contudo, na sua opinião, o orgão executivo "continua a escolher vender" o seu futuro "para encher os bolsos da indústria fóssil". Termina deixando o aviso: "Precisamos de dizer que o nosso futuro não está à venda".

Os alunos já tentaram tudo, acredita Fernanda, uma estudante do ensino secundário que também entregou a carta ao Governo. Para a estudante, o Governo continua "a ignorar a maior crise que a humanidade já enfrentou".

A estudante lamentou: “Este verão as alterações climáticas mataram pelo menos 16 mil pessoas na Europa, e o Governo só faz planos para piorar a situação. Vivemos com o medo que um dia sejamos nós ou alguém da nossa família”.