Entre 2021 e 2022, mesmo com o aumento do salário nominal em 3,6%, o salário real caiu 4%, “já que o aumento verificado não cobriu a subida da inflação”. Esta foi uma das conclusões do relatório anual da última edição do Estado da Nação: Educação, Emprego e Competências da Fundação José Neves.
O impacto no salário real levou a uma quebra no poder de compra e foi sentido em trabalhadores com todos os níveis de escolaridade. Os jovens que possuem uma qualificação superior viram o seu poder de compra reduzido em 6%.
No que toca à diferença salarial dos jovens portugueses com ensino superior face aos jovens com ensino secundário, esta atingiu “mínimos históricos”. Em 2011, a diferença situava-se nos 50% tendo agora diminuído, em 2022, para 27%.
Houve uma recuperação total do emprego no pós-pandemia entre os jovens com o ensino superior. Entre os menos qualificados a taxa de desemprego em 2022 (18%) foi superior ao registado em 2019 (13%).
Quanto ao mercado de trabalho, este conseguiu recuperar os níveis de emprego e tornou-se mais qualificado e digital. As competências digitais cresceram, acompanhando o aumento de requisitos digitais por parte das empresas (66%) e o setor da alta tecnologia continuou a crescer em Portugal, representando atualmente 45% do emprego total.
Segundo o relatório, a intensidade digital do emprego acelerou em 2022 e continua a crescer a um ritmo superior ao previsto para a década. As empresas com um maior nível de digitalização têm ganhos de produtividade a rondar os 20% e salários cerca de 3% superiores.
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