O início de 2020 ficou marcado pelo isolamento social ditado pela pandemia do novo coronavírus e os impactos desta crise não deixaram de se fazer sentir, de imediato, no ensino. Entre variadas plataformas de aulas online e demais ferramentas de avaliação, milhares de alunos encontraram-se, de facto, a aprender à distância. Uma aposta estratégica no Ensino à Distância parece, assim, mais do que justificada e comprovada.

Uma das razões para um investimento neste tipo de ensino tem que ver com a qualificação de adultos ou jovens trabalhadores – uma dimensão relacionada com as possibilidades abertas pelo Ensino a Distância. Esta flexibilidade é muitas vezes decisiva, para quem termina uma licenciatura e necessita de ingressar imediatamente no mercado de trabalho, ainda que pretenda continuar o seu percurso no Ensino Superior.

Conforme recorda o antigo reitor da Universidade Aberta, Paulo Dias, existe “a liberdade [dos alunos] de procurar a hora a que mais lhes convém estudar, de acordo com o que é a sua vida”“No limite, podem ir no autocarro e estar a assistir a uma aula”, reforçou.

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Os estudos parecem, de resto, mostrar que o Ensino a Distância é procurado para os estudos pós-licenciatura. O Fórum Económico Mundial, por exemplo, num artigo
que procura responder à pergunta “será a aprendizagem online o futuro da educação?”, destaca que 1 em cada 3 jovens coloca a hipótese de realizar um mestrado ou doutoramento nesta modalidade. O mesmo estudo indica que cerca de 48% dos jovens estão dispostos a realizar formação online, depois de iniciar a sua carreira.

Os números apresentados ilustram uma “revolução que já começou”, continuam os autores. Um inquérito mundial, realizado a 25 mil jovens, concluiu que 77,84% “já fizeram alguma espécie de formação online”. A credibilidade desta opção, por outro lado, parece estar em crescimento: 40,56% dos jovens inquiridos reconhecem a mesma eficácia ao ensino presencial ou ao ensino a distância.

Quais as vantagens?

A acessibilidade total e integral ao conhecimento é uma das principais vantagens apontadas ao Ensino a Distância. Por outro lado, é possível ao aluno ou formando criar o seu próprio ritmo de aprendizagem e, simultaneamente, personalizar o seu percurso formativo. Do ponto de vista das instituições, a redução de custos (com materiais, eletricidade, infraestruturas, alimentação, etc..) é também vista como uma oportunidade.

Se é verdade que o potencial interativo das novas tecnologias pode ser apontado como outra das vantagens, a verdade é que estas caraterísticas podem não ser adequadas a todos os perfis de aluno ou formando. Algumas possíveis contrariedades do Ensino a Distância (para além da ausência de um professor ou formador especialista) dizem respeito à absoluta necessidade de uma boa conexão à Internet e de eletricidade. 

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Os métodos incluem diferentes oportunidades e ameaças. Por essa razão, estes dois tipos de ensino são, por vezes, vistos como complementares, criando metodologias que integram elementos oriundos dos dois mundos.

O Blended Learning, por exemplo, assume-se como uma modalidade semi-presencial com um peso crescente em escolas e universidades. A ideia passa por maximizar “o melhor de dois mundos”, contornando as limitações de cada um deles. O equilíbrio entre o peso das modalidades varia de formação para formação. É habitual encontrar uma proporção de um terço presencial e dois terços a distância. Os momentos de avaliação final ou de apresentação estão normalmente reservados para a modalidade presencial.