O início de 2019 ficou marcado pela criação de uma plataforma conjunta de ensino à distância. Os cursos serão desenvolvidos em rede, numa colaboração entre a Universidade Aberta e outras instituições do Ensino Superior. O papel da Universidade Aberta, de resto, explica-se pela história da instituição: desde 1988, é a única universidade da rede de instituições de ensino superior públicas exclusivamente dedicada ao ensino a distância.

Contudo, muito separa a atualidade dos tempos em que os cursos eram transmitidos na televisão pública. Por volta de 2007, as aulas passaram a ser ministradas em e-learning, com recurso a ferramentas online. “Foi possível, a partir daí, passar a fazer avaliação contínua, por exemplo, tornando a oferta mais apelativa”, destaca Carmen Santos, da delegação do Porto da Uab.

 

A Universidade Aberta vai "ao encontro do futuro"

Presente na Qualifica, a Univesidade Aberta (UAb) partilha com os visitantes a sua oferta de ensino superior a distância que iniciou em 1988. Uma modalidade alinhada com a evolução da sociedade. Com 30 anos feitos há pouco tempo, a Universidade Aberta integra a rede nacional de Ensino Superior Público.



A recente regulamentação do quadro de ensino a distância em Portugal evidencia a aposta estratégica nesta modalidade. Para o reitor da Uab, Paulo Dias, citado pelo diário Sul Informação, este regulamento representa “uma mudança enorme”, nomeadamente ao “aumentar a confiança da população neste regime”.

Uma das razões para a aposta estratégica neste tipo de ensino tem a ver com a qualificação de adultos, o que se relaciona com as possibilidades abertas pelo ensino a distância. Paulo Dias destaca “a liberdade [dos alunos] de procurar a hora a que mais lhes convém estudar, de acordo com o que é a sua vida”. “No limite, podem vir no autocarro e estar a assistir a uma aula”, reforçou.

 

Quais as vantagens?

A acessibilidade total e integral ao conhecimento é uma das principais vantagens apontadas ao ensino a distância. Por outro lado, é possível ao aluno ou formando criar o seu próprio ritmo de aprendizagem e, simultaneamente, personalizar o seu percurso formativo. Do ponto de vista das instituições, a redução de custos (com materiais, eletricidade, infraestruturas, alimentação, etc…) é também vista como uma oportunidade.

 

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Se é verdade que o potencial interativo das novas tecnologias pode ser apontado como outra das vantagens, a verdade é que estas características podem não ser adequadas a todos os perfis de aluno ou formando. Por essa razão, estes dois tipos de ensino são muitas vezes vistos como complementares (Blended Learning). Outras possíveis contrariedades do e-Learning (para além da ausência de um professor ou formador especialista que possa flexibilizar o método de ensino) dizem respeito à absoluta necessidade de uma boa conexão à internet e de eletricidade.

 

Os números do crescimento

O Fórum Económico Mundial dedica um artigo à pergunta: “será a aprendizagem online o futuro da educação?”. Os números apresentados ilustram uma “revolução que já começou”, escrevem os autores. Um inquérito mundial, realizado a 25 mil jovens, concluiu, por exemplo, que 77,84% “já fez alguma espécie de formação online”. O mesmo estudo indica que cerca de 48% dos jovens está disposto a realizar formação em e-Learning, depois de iniciar a sua carreira. Por outro lado, 1 em cada 3 jovens coloca a hipótese de realizar um mestrado ou doutoramento nesta modalidade.


 Um inquérito mundial, realizado a 25 mil jovens, concluiu que 77,84% “já fez alguma espécie de formação online”


 

A credibilidade do e-Learning, por outro lado, parece estar em crescimento: 40,56% dos jovens inquiridos reconhecem a mesma eficácia ao ensino presencial ou a distância. Independentemente de se adaptar ao perfil de aprendizagem de cada um, parece ser irrefutável que esta modalidade de ensino poderá ter um papel essencial na democratização da Educação, tornando o conhecimento mais acessível – um dos objetivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas.