O que têm em comum os títulos Mass Effect, Dragon Age ou Star Wars: The Old Republic? Todos foram sucessos de vendas. Todos apostam numa dinâmica de RPG (role-playing game) que colocam o jogador numa narrativa controlada. Por último, todos partilham um outro dado importante: foram desenvolvidos pela BioWare – o estúdio canadiano que pertence à Eletronic Arts.

Ao longo dos anos, a BioWare especializou-se em títulos que “imergem um único jogador numa fantasia rica que ele próprio controla”, conforme realça o The Guardian. O início de 2019, contudo, traz-nos uma mudança considerável e “uma aposta com riscos”, acrescenta o mesmo jornal. O seu mais recente lançamento é Anthem – um loot multiplayer (ao estilo de Borderlands ou The Division) onde a dinâmica cooperativa é decisiva. “Triunfa em conjunto: junta-te a três outros jogadores em aventuras cooperativas”, pode ler-se no site oficial.

Trailer oficial de Anthem (Fonte: Canal do Youtube Anthem Game)

A mecânica de jogo de Anthem favorece, precisamente, a dinâmica multiplayer. Cada jogador deve escolher um exoesqueleto (ou javelin) que define a sua contribuição e papel na estratégia. Algumas das características passam por maior velocidade, capacidade de voo ou possibilidade de deslocação subaquática. O objetivo passa por explorar um ambiente recheado de ameaças, garantido a sobrevivência da Humanidade. 

Entre dois Mundos

Quais as motivações para esta mudança? De acordo com a Forbes, a explicação relaciona-se com outra saga do mundo dos videojogos: Destiny. “Já se passaram cinco anos desde o lançamento do primeiro título de Destiny e esta é a altura certa para capitalizar a [consequente] fadiga”, refere o crítico Paul Tassi. De resto, diversas crónicas salientam as semelhanças entre os títulos. Para o portal Rock, Paper, Shotgun, Anthem é mesmo “um shooter RPG que se parece bastante com Destiny”.

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Os criadores de Anthem decidiram, contudo, manter a aposta em elementos narrativos. Entre missões, é possível interagir com muitas personagens. O objetivo, explica o crítico Keza MacDonald, passa por manter, simultaneamente, “a história pessoal e ação comunitária”, garantindo uma “densidade narrativa habitualmente inexistente em jogos multiplayer”.

Para um dos criadores de Anthem, Ben Irving, o resultado é um novo ambiente de jogo que mistura, precisamente, os dois elementos: “É justo dizer que o nível de escolha não se compara a outros títulos [da BioWare]”, destacou, antes de concluir: “O foco está em escolher como te relacionas com os personagens, como refletes quem és”.