Entre janeiro e agosto deste ano, foram gerados mais de 33 mil GWh de eletricidade só em Portugal Continental, dos quais quase 77% vieram de fontes renováveis. Na verdade, de acordo com dados recentes do Eurostat, as renováveis já representam 86,6% do consumo final bruto de energia, uma das taxas mais elevadas de toda a União Europeia.
Mas lembre-se. Por trás destes números está o mais importante. Fontes inesgotáveis como o vento, o sol, as águas, entre outros, são capazes de se regenerar naturalmente, tornando-se determinantes para um futuro mais sustentável.
No fundo, estes resultados demonstram uma nova forma de pensar no futuro energético. Não é ao acaso que áreas como produção energética verde e eficiência energética estejam entre os ramos de atividade do amanhãramos de atividade do amanhã.
Contexto atual da energia renovável em Portugal
Nos últimos tempos, o país tem registado avanços significativos na incorporação de energias renováveis. Em 2024, a produção renovável atingiu um máximo histórico de 36,7 TWh, o que representa 71% do consumo nacional.
Este ano, a tendência manteve-se em alta. No primeiro trimestre, o REN divulgoudados que revelaram que 80,5% do consumo elétrico foi garantido por fontes renováveis. O maior peso situa-se na hidroelétrica (39%) e na eólica (29%). Já a fotovoltaica representa 7% e a biomassa constitui 5%.
Além disso, em agosto de 2025, a incorporação renovável situou-se em 67,7%, enquanto as térmicas fósseis estão associadas apenas a 21,8%. Num contexto regional, a Região Autónoma da Madeira gerou 451 GWh até agosto, dos quais cerca de 45% é renovável. Por sua vez, os Açores produziram 424 GWh. Nesse caso, 36,7% são limpos.
Estes números mostram que a transição energética não se limita ao continente, mas também se reflete nas ilhas. Esse avanço contribui para consolidar Portugal como um exemplo de sucesso no panorama europeu.
Posição de Portugal na União Europeia
No contexto da Europa, Portugal continua a ser um país de destaque. Para ter ideia, a performance energética do país em 2025 posicionou-nos entre os líderes europeus na utilização de fontes limpas.
Segundo dados do Eurostat, as energias renováveis revelam-se em 86,6% do consumo final bruto de energia, assegurando a Portugal o 2.o lugar no ranking da União Europeia, atrás da Dinamarca. Este resultado demonstra não só o compromisso com a neutralidade carbónica, mas também a eficácia dos investimentos feitos no decorrer da última década. Portugal diferencia-se também por atingir máximos históricos de produção. Em janeiro de 2025, a potência renovável chegou a 10.845 MW, num momento em que o país exportava quase 2.900 MW.
Neste contexto, Portugal tem vindo a tornar-se uma referência incontornável no panorama energético europeu. Este desempenho reforça o papel do país como exemplo de transição energética sustentável.
As metas da energia renovável
Portugal definiu objetivos ambiciosos para a próxima década através do Plano Nacional de Energia e Clima 2030 (PNEC 2030). Se não conhece, este funciona como o principal guia estratégico para a transição energética.
Entre as metas implementadas, a atualização deste plano prevê uma redução de 55% das emissões de gases com efeito de estufa até 2030, em comparação com os níveis de 2005. Além disso, define o aumento da quota de energias renováveis no consumo final bruto de energia para 51%. A mobilidade também está no centro das metas, com a incorporação de 29% de energias renováveis nos transportes.
Para atingir estes objetivos, Portugal aposta na expansão da capacidade instalada, sobretudo nas tecnologias solar e eólica, incluindo projetos offshore. Os leilões de energia renovável, já realizados com grande adesão, continuarão a ser um mecanismo central para impulsionar novos investimentos. Outro ponto relevante é a promoção da produção descentralizada, permitindo o autoconsumo individual ecoletivo, o que contribui para reduzir perdas na rede e aumentar a eficiência do sistema.
O papel da tecnologia na transição
A revolução tecnológica estende-se a praticamente tudo aquilo que faz, mesmo que não se aperceba disso. Se estiver atento, repara que praticamente todas as áreas adotam soluções digitais. Seja o MB Way nos pagamentos, a Netflix no streaming, as slots online no entretenimento ou a Uber na mobilidade.
E naturalmente, a tecnologia também é um dos pilares da transição energética em Portugal. No fundo, permite que o país avance de forma mais rápida e eficiente. Um exemplo é a Inteligência Artificial (IA). Esta já se aplica na previsão de apagões e na otimização da construção de centrais elétricas, tal como divulgado no Fórum Económico Mundial.
Por outro lado, também surgem inovações disruptivas, como as janelas solares desenvolvidas pela californiana Ubiquitous Technology. O seu funcionamento é muito simples. Operam como painéis solares, capazes de gerar até 30% da energia necessária a um edifício.
Outro campo decisivo está na aposta na energia eólica offshore. Neste caso, as turbinas são instaladas em locais como o alto mar, lagos ou rios.
Estas inovações demonstram que a tecnologia está no centro da transformação energética, tornando-a mais eficiente e acessível. No dia a dia, os benefícios refletem-se em custos mais baixos e, acima de tudo, num contributo essencial para a construção de um futuro sustentável para todos.