Reforçar o financiamento da ação social no ensino superior e apostar na criação de formação específica através da rede de instituições do ensino superior politécnico são algumas das propostas do CCISP para o Plano de Recuperação e Resiliência, que se encontra em consulta pública. As recomendações surgem na sequência da realização de um webinar, no dia 25 de fevereiro, para discussão desta temática.
"O CCISP entende que o investimento na qualificação da população deverá ser continuado, sobretudo nos Cursos Técnicos Superiores Profissionais, até porque uma percentagem elevada de estudantes prossegue os seus estudos para as licenciaturas", explica este órgão, em comunicado enviado às redações, sublinhando que este investimento "deverá ainda permitir a melhoria das condições oferecidas na sua lecionação", para além de contribuir para a "contratação de recursos humanos mais qualificados para as instituições de ensino superior".
No mesmo documento, o CCISP sublinha que o PRR "deve contemplar o reforço do montante financeiro disponível para a ação social" e, em específico, "o aumento do número de camas para alojamento no ensino superior", seja através da reabilitação de atuais residências, da construção de novas ou da reutilização de edifícios públicos degradados ou devolutos.
O Plano de Recuperação e Resiliência deve ser orientado para «a execução efetiva de medidas, capazes de provocar um choque competitivo no nosso país, gerador de mais inovação, maior coesão territorial, mas também de mais inclusão social, criando real valor para os cidadãos»
Pedro Dominguinhos, presidente do CCISP
A aposta nestas instituições enquanto rede estratégica para a capacitação e qualificação da população, numa lógica de aprendizagem ao longo da vida e com foco no eixo das competências digitais é também destacada pelo CCISP, que vê nesta estratégia uma forma de facilitar a transição da população empregada "para funções e profissões mais digitais, quer ainda, atuando nas agendas de competitividade dos territórios", criando empregos mais qualificados, modernizando os setores de atividade e garantindo um estímulo à inovação, por exemplo.
Para o Presidente do CCISP, Pedro Dominguinhos, o Plano de Recuperação e Resiliência deve ser orientado para "a execução efetiva de medidas, capazes de provocar um choque competitivo no nosso país, gerador de mais inovação, maior coesão territorial, mas também de mais inclusão social, criando real valor para os cidadãos". "É neste sentido que o Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos apresenta um conjunto de propostas, na convicção que estes contributos, a serem acolhidos, poderão melhorar o documento em discussão pública”, conclui.