O Oceano como fonte
O dia de atividades começou em Peniche, mais especificamente no CETEMARES, o centro de investigação do Politécnico de Leiria que desenvolve Ciência em áreas como biologia marinha, aquacultura, biotecnologia, química, microbiologia e tecnologia alimentar. Divididos em grupos, os participantes da Leiria-In puderam realizar experiências laboratoriais espalhadas pelos laboratórios do edifício. Em comum, explica o CETEMARES, estas atividades "proporcionaram uma experiência enriquecedora, ligando ciência, sustentabilidade e inovação". "Tudo a partir da mesma fonte, o Oceano", reforçam.
Nada será como antioxidantes
Na atividade "Mãos na Massa", os estudantes puderam exploraram o desenvolvimento de novos produtos alimentares, conhecendo e criando massas enriquecidas com ingredientes marinhos. Depois, chegou a altura de avaliar as diferenças de sabor e textura numa prova sensorial que procurou "despertar a curiosidade sobre inovação alimentar, mostrar como nasce um produto e desafiar os alunos a pensar e saborear como cientistas da comida", explica a investigadora que dinamizou a ação. Num outro espaço, dedicado à biotecnologia, foi possível descobrir o poder antioxidante das macroalgas marinhas e analisar alimentos, de forma a conhecer a importância do ácido ascórbico, mais conhecido como vitamina C. "É a razão pela qual devemos comer laranjas no inverno", salienta a cientista que dinamizou a ação.
CETEMARES. "Do mar para a sociedade"
Um pouco por todo o edifício do CETEMARES, há uma frase colocada em destaque – “Do Mar para a Sociedade”. Este é o lema deste centro de investigação inaugurado em 2015, simbolizando aquele que é o seu principal objetivo: explorar as riquezas do mar, de forma sustentável. O edifício é a sede do MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente do Instituto Politécnico de Leiria e conta com cerca de 2000 metros quadrados de laboratórios equipados com a tecnologia mais recente na área da biologia, pescas, aquacultura, biotecnologia, química, microbiologia e tecnologia dos alimentos.
Domar pepinos do mar
A visita ao CETEMARES incluiu ainda mais duas atrividades práticas. No laboratório de Microbiologia Molecular, os participantes acompanharam o estudo de fungos marinhos presentes em plásticos de pesca, conhecendo as várias etapas laboratoriais, do isolamento à identificação por PCR. A experiência teve como objetivo "sensibilizar para os impactos ambientais da poluição marinha e o papel da microbiologia na sua compreensão", explicam os investigadores que a dinamizaram. Já na área da Aquacultura, foi possível conhecer melhor esta prática e a sua ligação à sustentabilidade, visitando o cultivo de microalgas, avaliando a qualidade da água. "No final, alimentaram organismos vivos, nomeadamente pepinos do mar – que são uma iguaria em alguns países da Ásia – e avaliaram a qualidade da água", detalha o CETEMARES.
TESTEMUNHO
«Há coisas da área da Ciência que todos devemos saber.»
“Gostei muito do dia de hoje. Foi bom conhecer vários laboratórios e áreas científicas. Achei sobretudo interessante o projeto dos fungos e plásticos, pela sua ligação à sustentabilidade. Eu não sou dessa área, mas gostei, porque há coisas da área da Ciência que todos devemos saber. Também foi muito bom estar na praia, num dia espetacular. Estou a adorar a semana, por poder conhecer pessoas e saber mais sobre certas áreas ligadas às Artes”
Sátia Alves, 18 anos, Escola Secundária Avelar Brotero, Coimbra
Tudo ao Molhe (Leste)!
O dia de atividades terminou na Praia do Molhe Leste, em Peniche. Ao longo da tarde, houve tempo para jogar, fazer desporto, mergulhar e recuperar energias. A Leiria-In continua amanhã com atividades nas Caldas da Rainha e em Leiria.