O nome de Afonso Reis Cabral junta-se assim ao de Paulo José Miranda, José Luís Peixoto, Adriana Lisboa, Gonçalo M. Tavares, Valter Hugo Mãe, João Tordo, Andréa del Fuego, Ondjaki, Bruno Vieira Amaral e Julián Fuks, que viram também livros seus premiados com este galardão. O anúncio foi feito por Guilhermina Gomes, presidente do júri do Prémio Literário José Saramago, e Diretora Editorial do Círculo de Leitores, ao meio-dia de 8 de outubro de 2019, na sede da Fundação José Saramago.
Narrado na primeira pessoa e partindo de um caso de escândalo transformado em caso de polícia - o assassínio do travesti Gisberta, em 2006, num edifício abandonado do Porto, em 'Pão de Açúcar' Afonso Reis Cabral constrói "uma narrativa tensa", "evelando maturidade narrativa e estilística notáveis, fazendo da contenção a arma da progressão do relato", elogia António Mega Ferreira, um dos nomes do júri.
Afonso Reis Cabral nasceu em 1990, sendo ainda descendente de Eça de Queiroz. Aos 15 anos publicou o livro de poesia 'Condensação'. É licenciado em Estudos Portugueses e Lusófonos, fez mestrado na mesma área e tem uma pós-graduação em Escrita de Ficção. Foi duas vezes à Alemanha de camião TIR em busca de uma história, a primeira das quais aos treze anos. Trabalhou numa vacaria, num escritório de turismo, num alfarrabista e em editoras. Em 2014, ganhou o Prémio LeYa com o romance 'O Meu Irmão', que se encontra em tradução em Espanha e em Itália e já foi publicado no Brasil.
Tem contribuído com dezenas de textos para as mais variadas publicações. Em 2017, foi-lhe atribuído o Prémio Europa David Mourão-Ferreira na categoria de Promessa. Trabalha atualmente como editor freelancer. Nos tempos livres, dedica-se à ornitologia, faz scuba diving e pratica boxe. Acaba de editar o livro de viagens 'Leva-me Contigo - Portugal a Pé pela Nacional 2'.