“Se as estatísticas são aborrecidas, tens os dados errados” – Edward Tufte

Quando corretamente analisados, os dados dão-nos as respostas que mais procuramos, em qualquer setor. Enquanto Lead Teacher de um curso de Análise de Dados, numa escola tecnológica, acredito que esta é uma área em constante crescimento – tal como o é a tecnologia em si. Porém, como acontece na generalidade do setor tech, há uma escassez crónica de profissionais – talvez por parecer uma profissão algo assustadora. Assim, numa altura em que a vantagem da análise de dados é crescentemente notória (reparem que não escrevi “maior”, mas sim “notória” – vantajosa ela sempre foi), faz sentido partilhar algumas reflexões sobre a temática e provar que, ao contrário do que talvez muitas pessoas pensem, nada disto é um “bicho de sete-cabeças”.

Sou fascinado por aquilo que faço e acredito que, perante a transição digital pela qual grande parte das organizações está a passar, esta é uma altura ótima para quem quer ingressar no setor tecnológico. Sei, no entanto, que pode ser um universo complicado, à primeira vista. Mas asseguro-vos de que não é.

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Um analista de dados tem, nas mãos, o poder de transformar números, estatísticas, variáveis numa história com princípio, meio e fim. Daquelas histórias que podem mudar o rumo do negócio – para melhor. Para alcançar esta meta final, o profissional passa por várias etapas.

• Recolha e processamento de dados, de acordo com os objetivos da empresa;
• Construção e automatização de relatórios com conclusões significantes e pertinentes;
• Atualização recorrente dos relatórios, para que as conclusões estejam sempre alinhadas com o contexto;
• Reuniões com os líderes para discussão de resultados e ajustamento da estratégia.

Sinto que, nesta altura, devo fazer um pequeno disclaimer: sim, a análise de dados pressupõe trabalho de programação. Os softwares assim o exigem. Mas, mais uma vez, nada disto é um “bicho de sete-cabeças”. Pode ser desafiante, claro, mas permite-nos chegar ao final do dia com uma sensação de dever cumprido. Além disso, este tipo de linguagens de programação, bem como todas as responsabilidades associadas às outras funções, estão ao alcance de qualquer um. Eu acredito verdadeiramente que qualquer um de nós consegue entrar no setor tecnológico, e mesmo na análise de dados, sem ter um background associado ao mesmo. Desde que sou professor, já vi esta transição inúmeras vezes – e é sempre fantástico observar o brilho nos olhos
de quem passa a fazer parte deste universo.


"Qualquer pessoa pode ser um super-homem, ou uma super-mulher, quando ingressa nessa área"


Ora, o verdadeiro desafio está no tratamento que fazemos aos dados. Já me deparei várias vezes com uma frase que diz que o recurso mais valioso são os dados (e não o petróleo, ao contrário do que sempre se disse). Não tenho dúvidas, mas é preciso que o profissional saiba efetivamente transformar os números em insights valiosos.

Se não, serão apenas isso – números. Assim, é importante explorar várias opções educacionais e apostar naquela que for a mais consistente e que assegure que os estudantes se tornem, rapidamente, profissionais de craveira, de forma descomplicada.

A análise de dados tem o poder de alterar a estratégia de uma empresa e fazê-la crescer, de forma sustentável. É preciso, para isso, formar analistas de dados conscientes da sua responsabilidade e com vontade de “mudar o mundo”. No fundo, acredito que qualquer pessoa pode ser um super-homem, ou uma super-mulher, quando ingressa nessa área. Basta ter o mindset correto - e uma formação excecional.

Bem-vindos ao mundo encantado dos dados!