Qual é a primeira coisa em que pensas quando pensas em procurar emprego? Fazer o Curriculum Vitae (CV), provavelmente. Contudo, esse ato em si não basta, sendo integrado num conjunto de outras ações e decisões importantes. Isto porque é importante que tenhas um CV que te distinga e que conte as tuas experiências.
Um Curriculum Vitae é uma ferramenta fundamental para a procura de emprego no que diz respeito a dois interlocutores. Por um lado, é importante para que potenciais candidatos e candidatas possam contar a sua história. Por outro, do ponto de vista dos recrutadores e recrutadoras torna-se essencial conhecer essa mesma história, de forma a selecionar a pessoa que mais se adeque à função para a qual está a recrutar.
Começar pelo princípio
Antes de fazeres o teu Curriculum Vitae, deverás analisar algumas questões fundamentais, que te ajudarão a fazer um CV diferenciador e a candidatares-te a funções que se adequem ao teu perfil. Para tal, deverás responder a um conjunto de questões que vão, permitir, antes de mais, saber mais sobre os teus objetivos, características e qualidades. Depois dessa reflexão, estarás preparado(a) para iniciar o teu Curriculum Vitae e a tua procura de emprego.
As primeiras perguntas que te deves colocar
O que eu gosto de fazer?
O que eu sei fazer?
O que eu ainda não sei fazer?
Em que tipo de função quero trabalhar?
Quais as empresas onde gostaria de trabalhar?
Para desempenhar a função que quero ter, que competências tenho?
Para desempenhar a função que quero ter, que competências ainda tenho que adquirir (e como)?
Qual a história que vou contar sobre mim?
Depois desta reflexão, será útil começar por pensar a estrutura do teu currículo. Independentemente do formato que escolheres para o teu Curriculum Vitae, existem campos “obrigatórios”. Podes começar por destacar os teus Dados Pessoais (nome, data de nascimento, número de telefone e e-mail), seguindo-se a Formação Académica (como regra geral, começa sempre das habilitações mais recentes para as mais antigas, indicando curso, ano, instituição de ensino, média, trabalhos importantes), a Formação Complementar (enumera as ações de formação contínua ou cursos adicionais e estágios de formação realizados nos últimos 5 anos que sejam relevantes para a função a que te estás a candidatar), a Experiência Profissional (nome de empresas para as quais trabalhaste, a duração, as funções desempenhadas, tarefas efetuadas e metas atingidas) e as Aptidões e Competências (por exemplo, conhecimentos informáticos e linguísticos, competências técnicas e comportamentais).
Give it a K.I.S.S.
Existem algumas boas-práticas que poderás aplicar na altura da construção do teu currículo. Para fazer o CV, deves começar por ser sintético ou sintética, utilizando, no máximo, uma a duas páginas. No mesmo sentido, usa linguagem clara, objetiva e direta, privilegiando as frases curtas. A ideia base é Keep It Short and Simple – uma máxima habitualmente representada pela sigla K.I.S.S..
Podes recorrer a exemplos específicos do teu percurso mas resiste à tentação de cair no exagero – não te esqueças que esses casos concretos poderão ser aprofundados durante uma entrevista. Existe ainda uma máxima importante, nesta fase: realça teus os pontos fortes e valoriza as tuas competências, especificando como as adquiriste. Ser seletivo ou seletiva nos elementos que escolhes partilhar também será fundamental. Por essa razão, não incluas experiências ou formações que não acrescentem valor à função a que te estás a candidatar.
Redes Sociais e Emprego. 6 cuidados a ter
Num contexto em que as redes sociais são, cada vez mais, peças fundamentais na procura de emprego, conhece alguns dos cuidados a ter e das técnicas a adotar.
Ainda que as estruturas que referimos acima possam parecer inflexíveis, tem em conta que todos os elementos que ilustrem o teu percurso e perfil são importantes. Por essa razão, inclui no teu CV referências a trabalhos temporários, estágios, trabalho associativo ou de voluntariado. Estas são formas de demonstrares proatividade, desenvolvimento de competências e de diferenciares o teu perfil.
Do ponto de vista gráfico, tenta evitar formatações excessivas. Afinal de contas, a diferenciação está na tua história e não no layout do teu documento. Por fim, tem ainda cuidado com a fotografia que colocas no documento e a imagem que ele transmite sobre ti. Escolhe uma fotografia que sintas que te representa, mas tem em conta a reação que poderá causar do lado de quem recebe o teu CV.
Outros passos
Se é verdade que um CV deve contar a tua história pessoal de forma cativante e simples, não é menos importante que seja uma ferramenta que facilite o contacto contigo. Por isso, indica no documento um e-mail profissional (caso não tenhas, cria um e-mail que inclua o teu primeiro e último nome) e um contacto telefónico que realmente utilizes (um recrutador não telefona segunda vez).
À medida que nos aproximamos do final, não te esqueças de rever atentamente o documento, cortando tudo o que não for pertinente e encontrando possíveis erros ortográficos ou gralhas. Para te ajudar nesta tarefa, é uma boa prática pedir ajuda a alguém que possa reler e detetar algum erro que eventualmente te tenha escapado. Não te esqueças de colocar no CV as palavras-chave do anúncio e faz uma última revisão final do Curriculum Vitae e da carta de motivação.
Para além do estudo
Através dos passos acima descritos, vais poder contar a história que te apresente. Não te esqueças, contudo, que essas são as informações básicas para a criação de um Curriculum Vitae! Deves mostrar ao recrutador ou recrutadora que és mais do que um ou uma estudante e que a tua história é interessante e diferenciadora. Demonstra que estás preparado(a) para o mercado de trabalho e que, por isso, te diferencias dos restantes candidatos(as) pela proatividade (nas atividades e experiências que descreves) e pelas competências (que desenvolveste na tua vida pessoal, escolar e profissional).
É fundamental que a história que contes no teu Curriculum Vitae seja um teaser que suscita a curiosidade e conduza o recrutador(a) a convidar-te para uma entrevista. Isto no sentido de te conhecer melhor, de saber quem és, o que gostas, o que sabes e pensas, o que te motiva, o que esperas do futuro. No fundo, que complementes a história que começaste a contar no teu CV.
Emprego e redes sociais
Há, desde logo, uma pergunta que te podes fazer, enquanto estudante do ensino superior: Como é que me posso diferenciar ainda mais? Desde logo, podes começar por realizar atividades que permitam o teu desenvolvimento enquanto profissional e o desenvolvimento de competências que te tornarão mais empregável para o mercado de trabalho. Neste capítulo, destacam-se os estágios de verão e/ou estágios profissionais, trabalhos temporários (mesmo que não sejam da tua área de formação), trabalho de voluntariado ou envolvimento associativo.
Por outro lado, é importante que possas manter um perfil de LinkedIn ativo e dinâmico. Para tal, cria uma rede de contactos consistente, pertence a grupos de interesse, faz publicações e comentários e partilha exemplos de trabalhos desenvolvidos nessa rede. No mesmo sentido, podes também optar por criar um portfólio online, por exemplo, através do desenvolvimento de um site pessoal com apresentação de trabalhos e interesses – vídeos, fotografias, artigos, etc…
Ainda no que diz respeito às redes sociais, é importante que elas sejam congruentes, ou seja, que a tua presença digital seja coerente. Para tal, é importante que fique claro que os diferentes canais apresentam a mesma pessoa, com a mesma linha de pensamento e os mesmos interesses. Tem em atenção que os recrutadores procuram informação online sobre os candidatos e as candidatas.