Antes de toda a informação do mundo estar acessível a partir do pequeno retângulo mágico que carregamos no bolso, o dia a dia dos e das estudantes era pautado por uma máquina muito especial – a fotocopiadora. Era este dispositivo que permitia “retirar” a informação de livros – como atlas, compêndios e enciclopédias para poder criar um trabalho. 

Nos casos de quem não tinha enciclopédias em casa, a solução era clara: dirigir-se à biblioteca da escola para encontrar a informação necessária. A fotocópia poderia depois ser recortada e colada (uma espécie de copy/paste literal) numa folha escrita à mão, ilustrando o texto elaborado pelos estudantes. No final, nada como fotocopiar tudo novamente, de forma a garantir uma impressão mais profissional (e sem resíduos de cola).  

 


«O ideal era mesmo não cometer erros. Por alguma razão se seguia a máxima: “primeiro a lápis, depois a caneta»


 

 


A grande maioria das cópias eram a preto e branco, mas havia também espaço para páginas coloridas. As cores ficavam
normalmente reservadas para a
capa do trabalho. Era aqui que os estudantes davam largas à sua criatividade e sensibilidade artística, pintando a capa com recurso a lápis de cera, lápis de cor ou marcadores. Para proteger estas obras de arte, era normalmente acrescentada uma folha de acetato.

Para encadernar um trabalho, os e as estudantes podiam contar com um arsenal de agrafos, clipes, calhas e espirais de plástico, furadores e até molas. Antes de entregar, havia hipótese de disfarçar alguns erros que surgissem na revisão (inclusivamente recorrendo a borrachas de tinta). Contudo, a capacidade de edição de texto era naturalmente limitada. O ideal era mesmo não cometer erros. Por alguma razão se seguia a máxima: “primeiro a lápis, depois a caneta”.