De todos os dispositivos que, ao longo das últimas décadas, foram utilizados para ouvir música, o Walkman foi aquele que se tornou mais “pop”. Em grande parte, este fenómeno deveu-se a séries e filmes que recuperam o imaginário da década de 1980 como Stranger Things ou Guardians of The Galaxy.

No seu tempo, o Walkman representou uma pequena revolução – passou a ser possível levar música no bolso enquanto se caminhava ou corria, por exemplo. Na era de ouro da aeróbica, era também habitual ver o walkman ritmar este exercício.

 

 

“Walkman” foi o nome do primeiro modelo lançado pela Sony, em 1979, que viria a dar o nome não oficial a todos os leitores portáteis de cassete. Durante toda a década de 1980, a popularidade do Walkman aumentou, contribuindo para que a cassete ultrapassasse o vinil enquanto meio de eleição para ouvir música. O último modelo da Sony foi fabricado em 2010, no Japão, 31 anos depois do seu lançamento.                                                                  

                

A fita da K7

Criado pela Philips em 1963, o modelo de cassete (K7) compacta até começou por ser desenhado para gravadores de voz. Contudo, a melhoria da qualidade de gravação e reprodução fez com que este se afirmasse como um dos meios mais populares para ouvir música praticamente até ao final do milénio. A cassete apresentava várias vantagens – era leve, portátil e algumas podiam mesmo ser reutilizadas. 

A tecnologia base da cassete consistia numa fita magnética que registava o nível e a frequência dos sons gravados. Depois de algumas utilizações, poderia ser necessário utilizar uma caneta ou um lápis, mas não para tirar notas. Antes, estes objetos eram utilizados para fazer rodar as bobines e apertar a fita.

 


Em 2016, 4 mil cópias da banda sonora do filme Guardians of The Galaxy em cassete foram vendidas. Em Portugal, a única empresa da Península Ibérica que produz cassete produziu, em 2020, mais de 150 mil.


 

 

 

O CD (e o discman) viriam a destronar a cassete, durante a segunda parte da década de 90. Contudo, graças à omnipresença que a caracterizou durante algumas décadas a cassete conquistou um estatuto de culto que permanece até aos dias de hoje. 

Por outro lado, numa altura em que as tecnologias digitais desmaterializaram a música e os filmes, este objeto parece ocupar ainda um lugar especial. Em 2016, por exemplo, 4 mil cópias da banda sonora do filme Guardians of The Galaxy em cassete foram vendidas. Em Portugal, a única empresa da Península Ibérica que produz cassete produziu, em 2020, mais de 150 mil.