No evento organizado pelo Observatório da Responsabilidade Social e Instituições de Ensino Superior (ORSIES) estiveram presentes cerca de 60 participantes.
Rui Pedrosa, Presidente do Politécnico de Leiria, deu as boas-vindas a todos os presentes, sublinhando a importância de estimular a academia para as temáticas de inovação e responsabilidade social, uma vez que é possível, através de pequenos projetos e pequenas alterações, operar a transformação da sociedade. Acrescentou ainda que "só com partilha e aprendizagem mútua do conhecimento gerado em colaboração com a sociedade é que a academia e todos nós avançamos num mundo melhor".

Por sua vez, Rui Marques, CEO da Forum Estudante / ORSIES, afirmou a posição da FORUM como fundada num "compromisso cívico e social, atenta aos desafios dos momentos históricos que vamos vivendo". Nesse sentido, o trabalho desenvolvido pelo ORSIES, em termos da aprendizagem com serviço à comunidade ou aprendizagem solidária, tem também procurado trabalhar a capacidade das IES de acolher a diversidade, não permitindo que ninguém fique para trás, criando condições para todos e eliminando as barreiras que excluem algumas pessoas. Salientou que há sempre novos desafios para construir um mundo mais justo e humano.

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Dando início às comunicações, a Prof.ª Doutora Isabel Pereira, Pró-Presidente para a Inovação Pedagógica do Politécnico de Leiria, passou a apresentar a experiência do 100% IN, um projeto-piloto de inovação social para a inclusão integral de estudantes com necessidades educativas especiais (ENEE), em curso no Politécnico de Leiria. Frisou a importância de conhecer o perfil dos ENEE, por forma a adaptar as respostas e os apoios à realidade concreta e específica de cada estudante. Apresentou também alguns exemplos de ações desenvolvidas, como a Hackathon 100% IN; bem como algumas soluções implementadas, como o Gestor de Caso e o sistema de buddies.

Seguidamente, foi a vez de dois alunos do Politécnico de Leiria com o estatuto de Estudante com Necessidades Educativas Especiais apresentarem a sua perspetiva e experiência de vida. Luís Cordeiro, estudante do Mestrado em Comunicação Acessível na Escola Superior de Educação e Ciências Sociais (ESECS), falou da importância do apoio da instituição para o seu percurso e para, nas suas palavras, “não ficar em casa escondido”. O apoio do IPL permitiu que, enquanto trabalhava, pudesse concluir a sua licenciatura e iniciar o mestrado através de b-learning e usufruir de horas de apoio, para dúvidas e esclarecimentos.
Já o aluno João Ferreira, estudante da Licenciatura em Solicitadoria da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG), destacou a importância dos apoios e que, à chegada ao Politécnico de Leiria, encontrou já uma escola adaptada e com vontade de ajudar os alunos a resolver os problemas com que se deparavam.

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Depois de uma pausa para coffee break, Ana Paula Gomes, coordenadora do Departamento de Formação em Educação Especial e Psicologia da Escola Superior de Educação de Paula Frassinetti, apresentou o compromisso com a Educação Inclusiva desta instituição. De seguida, abordou-se a questão da promoção do sucesso escolar e da empregabilidade dos ENEE, com a apresentação do Curso de Literacia Digital para o Mercado de Trabalho, por Maria Barbas, docente do Departamento de Tecnologias Educativas da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Santarém (ESES), e com a apresentação do Projeto Acessibilidades, por Isabel Barros Dias, do Conselho Coordenador do Departamento de Humanidades da Universidade Aberta.

Ana Ângelo, psicóloga do ISCTE-IUL, colocou depois em evidência o trabalho do Gabinete de Necessidades Educativas Especiais da sua instituição, fruto de uma necessidade de se passar a um apoio integrado e estruturado dos ENEE. Seguiu-se-lhe Belisa Rodrigues, psicóloga do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA), que deu a conhecer um caso prático de um aluno concreto, como exemplo da abordagem e da cultura de trabalho daquela instituição. Por seu turno, Maria Helena Mesquita, coordenadora do Gabinete de Apoio ao Estudante com Necessidades Educativas Especiais do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB), falou das necessidades sentidas na sua instituição e do trabalho desenvolvido para montar um gabinete que pudesse responder a essas necessidades.

Por fim, seguiu-se a apresentação do Grupo de Trabalho para o Apoio a Estudantes com Deficiência no Ensino Superior (GTAEDES), com a presença de Alice Ribeiro, do Serviço de Apoio aos Estudantes com Necessidades Educativas Especiais da Universidade do Porto, e de Graça Seco, coordenadora do Serviço de Apoio ao Estudante e da Unidade de Psicologia do Politécnico de Leiria. Este grupo de trabalho, formalmente constituído em 2004, identificou já uma série de desafios futuros, que foram deixados também à consideração de todos os participantes. SUBSTITUIR ISTO PELA/s PALAVRA/s CHAVE

(Fotos: José Maria Archer)