“Uma comunicação superficial é uma não-comunicação e um desperdício, pela lógica da economia da atenção”, destacou, a certa altura, o investigador do Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Carlos Liz. Durante a sua intervenção, intitulada “Ler os sinais do nosso tempo: implicações para o Ensino Superior”, o docente estabeleceu como um dos objetivos pensar quatro elementos centrais da contemporaneidade – “espaço, tempo, realidade e co-vitalidades”. “Penso que será um exercício útil para instituições como as de ensino superior que criam mensagens com profundidade”.
Antes, durante a primeira sessão do dia, foram apresentadas “outras formas de comunicar as instituições de ensino superior”, que são alternativas à comunicação direta com estudantes. Através dos contributos de Ricardo Reis Santos (Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa), Verónica Zegur (Instituto de Higiene e Medicina Tropical), Diana Vieira (Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto), Fábio Silva (Transforma Brasil) e Fernando Serra (Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa) estiveram em destaque os caminhos da comunicação de ciência, da responsabilidade social e da partilha de histórias de alumni.
Depois de almoço, durante uma apresentação do CEO da Forum Estudante, Rui Marques, esteve em destaque "A Teoria da Mudança", uma ferramenta que procura, a partir de um desafio previamente identificado, agregar visões de diferentes atores para encontrar soluções. A base desta técnica está na criação de um roteiro partilhado e de um compromisso conjunto de ação. Nesse sentido, a Teoria da Mudança começa pela definição conjunta do impacto a alcançar e, apenas depois, a partir de um visão alinhada do futuro, se desenham os resultados a atingir e, para cada um, as atividades a desenvolver. "Esta técnica tem uma grande vantagem", explicou Rui Marques, ao oferecer "ao permitir, a partir de uma visão estratégica, criada a partir do sonho, a criação de um caminho transparente, com capacidade de monitorização, que aumenta a probabilidade de sucesso".
A finalizar o dia de trabalhos, os participantes realizaram exercícios colaborativos assentes em metodologias diferentes: fishbowl, world cafe e cynics vs believers. O objetivo passou pela identificação de problemas e soluções comuns. No final do evento, o diretor da Forum Estudante, Gonçalo Gil, agradeceu a todos os presentes, destacando aquilo que considerou serem "dois dias de trabalho produtivo".