A vespa velutina é uma espécie não-índigena que é predadora da abelha europeia (Apis mellifera). Proveniente de regiões tropicais e subtropicais do norte da Índia, do leste da China, da Indochina e do arquipélago da Indonésia (e por isso também conhecida como vespa asiática), esta vespa tem um impacto direto da apicultura, destaca o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), no seu site, "por se tratar de uma espécie carnívora e predadora das abelhas". 

Por enquanto, os ninhos estão circunscritos à zona Norte do país, garante o instituto. Quanto às diferenças para as vespas europeias, as velutinas, "não sendo mais agressivas", ressalva o ICNF, reagem "de modo bastante agressivo", no caso de sentirem os seus ninhos ameaados, incluindo "perseguições até algumas centenas de metros. 

O ICNF recomenda, no caso de ser identificado um destes ninhos, a comunicação da ocorrência através da página: http://www2.icnf.pt/portal/pn/biodiversidade/patrinatur/especies/n-indig/vespa-asiatica-vespa-velutina/plano-de-acao

 

O plano da UTAD

É neste contexto que investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), no âmbito do projeto “GoVespa”, estão a estudar a aplicação de novas tecnologias que permitam seguir o voo das vespas até ao ninho, a fim de monitorizá-lo, avaliando a melhor forma de o destruir assim como as dinâmicas das vespas na zona envolvente.

Segundo o docente e investigador do departamento de Ciências Florestais e Arquitetura Paisagista da UTAD, José Aranha, é fundamental apanhar as vespas fundadoras (rainhas) no início da Primavera, de modo a que não criem colónias e não se dispersem, sendo que se impõe a deteção precoce de ninhos e a procura de ninhos primários para tentar apanhar as fundadoras.

 

 

Contudo, a deteção dos ninhos nem sempre é tarefa fácil, realça, já que alguns se localizam em "árvores altas, como por exemplo eucaliptos adultos, e neste caso é muito difícil ver os ninhos, não só pela distância ao solo como pelo facto desta espécie florestal apresentar folhas todo o ano”.

A equipa de investigação da UTAD propõe assim um procedimento que consiste na captura de vespas vivas (sem as ferir), para a colocação de um micro transmissor no seu dorso. Depois, as vespas são libertadas e o seu voo é seguido através de um radar e de uma câmara instalada num drone que fotografará e filmará o ninho. O último passo consiste em sobrevoar a área circundante, em busca de novos ninhos.

Estes dados serão depois inseridos no Sistema de Informação Geográfica já criado e usados para melhorar o modelo de suscetibilidade à dispersão da Vespa velutina. "Este modelo de dispersão permitirá concentrar esforços de localização de ninhos secundários e eleger áreas prioritárias onde colocar as armadilhas primárias", destaca a UTAD.