Importa explicar primeiro o que é um deepfake. O termo deepfake surgiu em 2017 e refere-se a uma técnica de manipulação de vídeos que usa a inteligência artificial. Esta técnica permite criar vídeos que aparentam ser autênticos, através da substituição do rosto de uma pessoa pela outra. Isto torna-se possível alimentando uma base de dados com imagens e vídeos da pessoa que queremos replicar. Quantos mais dados a base receber, mais real é a substituição.

Os deepfakes têm, como tudo, o seu lado positivo e negativo. É uma tecnologia crescente em popularidade, mas associada sobretudo a desinformação e fraude. Alguns dos exemplos são a manipulação de imagens e áudios, sendo utilizado como arma política e produção de conteúdos pornográficos, como as imagens falsas de Taylor Swift que circularam na internet no início de 2024 e até como ferramenta de chantagem.

 

 

No mundo das artes, a Disney e a Lucasfilm utilizaram a técnica no filme Rogue One. A longa-metragem que serve de prequela aos eventos do primeiro filme da saga, Uma Nova Esperança, usou a técnica deepfake para rejuvenescer digitalmente a atriz Carrie Fisher, a Princesa Leia, e trazer novamente à vida a personagem Grand Moff Tarkin, interpretada pelo já falecido Peter Cushing, com os rostos digitalmente gerados dos atores a serem sobrepostos nos rostos dos atores contratados. Este uso de deepfakes por parte da indústria de Hollywood é uma das principais preocupações dos artistas e que foi tema de discussão nas greves de 2023 da SAG-AFTRA. 

Contudo, o uso desta tecnologia também pode ser positivo. A campanha “Malaria Must Die” usou um vídeo para assinalar o lançamento de uma campanha para terminar com a doença e nele aparece o ex-futebolista David Beckham a falar em nove línguas diferentes e, embora a voz mude (até para uma feminina), os movimentos faciais estão sincronizados com as palavras. Este uso da tecnologia permitiu que a mensagem chegasse a uma audiência mais vasta.

Isto não significa que não devem ser tomadas precauções quando te cruzas com conteúdo na internet. Desconfia de conteúdos que te pareçam suspeitos, verifica a data e a origem dos mesmos e denuncia conteúdos que possam ser falsos e ofensivos, para assim reduzir os danos causados pelos deepfakes.