Uma equipa de investigadores está a desenvolver uma aplicação móvel para rastreio rápido e anónimo das redes de contágio por COVID-19 em Portugal: a app "StayAway". A iniciativa é coordenada pelo Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), com o apoio do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP).

O objetivo desta aplicação é a produção de alertas com base na proximidade entre utilizadores. A app "StayAway" deteta a proximidade física entre smartphones e informa os utilizadores que estiveram no mesmo espaço de alguém infetado nos últimos 14 dias com o novo coronavírus.

 

 

 

De acordo com a informação enviada pelo INESC TEC, em comunicado, estima-se que a aplicação possa ser disponibilizada para todos até ao final do próximo mês. "O utilizador apenas terá de a instalar, não sendo necessário, para o efeito, partilhar qualquer tipo de informação pessoal", explicam.

"É um método que poderá estender e acelerar, preservando o anonimato dos envolvidos, a identificação das cadeias de transmissão que as autoridades de saúde realizam desde o início da pandemia”, o Presidente do Conselho de Administração do INESC TEC e professor na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), José Manuel Mendonça.

 

"É um método que poderá estender e acelerar, preservando o anonimato dos envolvidos, a identificação das cadeias de transmissão que as autoridades de saúde realizam desde o início da pandemia”
José Manuel Mendonça, Presidente INESC TEC

 

Identificadores anónimos

O projeto "StayAway" foi apresentado esta segunda-feira, 27 de abril, aos ministros da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e da Coesão Territorial, Manuel Heitor e Ana Abrunhosa, respetivamente, numa sessão na Reitoria da Universidade do Porto.

Graças a app "StayAway" cada telemóvel difunde, na sua proximidade, identificadores anónimos e armazena localmente os identificadores difundidos pelos telemóveis com quem se cruze, explica o INESTEC. Estes identificadores não possuem nenhuma relação com os telemóveis que os geraram, garantindo o anonimato dos utilizadores.

 

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A utilização da app é voluntária e não intrusiva. “No caso de uma pessoa que não contraia a doença e que não tenha contacto com nenhum infetado, a única interação que terá com a app será a instalação da mesma no seu smartphone", destaca José Manuel Mendonça. "Mas esta aplicação será tanto mais eficaz quanto maior for o número de utilizadores”, conclui.

Por outro lado, uma pessoa confirmada como infetada com COVID-19 poderá publicar online, com a legitimação das autoridades de saúde, os seus identificadores anónimos que partilhou nos últimos 14 dias. Com esta informação pública, a aplicação de cada pessoa pode facilmente avaliar autonomamente se nos dias anteriores esteve próximo da pessoa infetada.

 

 


A app "StayAway" está a ser desenvolvida pelo INESC TEC e pelo ISPUP, com a colaboração dos Laboratórios Associados IT, INESC ID e LarSys e conta com o apoio do Minho Advanced Computing Center (MACC), do Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS), da Imprensa Nacional Casa da Moeda (INCM) e da iniciativa Nacional em Competências Digitais e.2030 (Portugal INCoDe.2030).