Uma equipa de investigadores portugueses criou o MiniVent - um modelo minimalista de ventilador, produzido com materiais comuns, recurso a impressão 3D e com um custo de produção inferior a 1000 euros, revelou hoje a FCT NOVA, em comunicado. Depois de terminados os testes em seres vivos com sucesso, "os ventiladores estão agora mais próximos de vir a ser certificados pelo Infarmed - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde".  

O projeto surge num contexto de "urgente necessidade de dotar as unidades de cuidados intensivos com mais ventiladores para doentes com COVID-19", acrescenta a mesma fonte, sendo que o MiniVent juntou cientistas da FCT NOVA - Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade NOVA de Lisboa e da NOVA Medical School da Universidade NOVA de Lisboa (NMS).

 


«[...] estes são verdadeiramente simples de o fazer e de usar, são fiáveis e têm um custo relativamente baixo»
Luís Gil, professor da FCT NOVA


 

 

A equipa de investigação responsável pelo projeto acredita que estes ventiladores poderão vir a fazer grande diferença em sistemas de saúde de países onde não existam estes equipamentos, independentemente da evolução da pandemia. Segundo revela o professor da FCT NOVA, Luís Gil, existe o objetivo de, no futuro, explorar formas de capacitar equipas locais de países com necessidades deste tipo de equipamentos "para que possam montar os seus próprios ventiladores, pois estes são verdadeiramente simples de o fazer e de usar, são fiáveis e têm um custo relativamente baixo”.

A mesma ideia é reforçada por Pedro Póvoa, da NMS: “este projeto vem colmatar duas potenciais necessidades: na eventualidade de se esgotarem os ventiladores convencionais, ter um equipamento alternativo; por outro lado, ter uma solução simples, segura e barata para países onde o acesso a ventiladores é frequentemente inexistente”.

O projeto MiniVent foi financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia, no âmbito do programa RESEARCH 4 COVID19, e, mais recentemente, financiados pela Agência Nacional de Inovação. O projeto conta com a parceria da Universidade de Coimbra, através do Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas e do Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde.