Fenómenos como o sexting e a partilha de nudes ganharam espaço à medida que os desenvolvimentos tecnológicos facilitaram a interação social à distância. Esta realidade pode gerar situações de violência sexual online, com a partilha não consentida de imagens e vídeos em grupos/plataformas com milhares de utilizadores. Conheces os riscos e sabes o que fazer se assumires o papel de vítima?

O Sexting resulta da junção das palavras sex e texting e representa o envio de fotografias ou vídeos íntimos e eróticos pela Internet. Esta prática, comum entre jovens e adolescentes, tornou-se um passo normal da expressão sexual, mas representa riscos e inseguranças, que podem ter resultados negativos e perversos. Ao enviar uma nude, perde-se o controlo sobre o conteúdo, arrisca-se a exposição na Internet e um novelo de reações, muitas vezes avassalador.

 

 

 

Entre a gravação e a viralização pode estar um comportamento mal-intencionado, um erro ou a apropriação do conteúdo por parte de um pirata informático, que em minutos de partilha torna a intimidade alvo de devassa pública. O sexting pode ser uma prática saudável numa relação, mas pode, também, conduzir a situações de Ciberbullying, Stalking, Revenge Porn, Grooming e Burlas Amorosas e causar danos graves e irreparáveis nas vítimas, a nível pessoal, social e profissional. Os transtornos de ansiedade e stress pós-traumático podem culminar em depressão e em comportamentos autodestrutivos.

Uma das piores consequências desta prática é o sextortion, que consiste na ameaça e divulgação não autorizada das fotografias e vídeos da vítima, caso o/a agressor/a não receba mais fotos, vídeos ou não consiga combinar um encontro pessoalmente. Quando as relações amorosas terminam em conflito, conteúdos do foro privado podem acabar publicados pelos parceiros. Este comportamento é designado por revenge porn e representa uma forma de vingança. São comuns os casos de divulgação não consensual de imagens íntimas por parte de um companheiro/a relativamente ao outro/a no fim de uma relação.

 


Pede ajuda e denuncia a situação através da Linha Internet Segura, com o contacto gratuito 800 21 90 90 ou aqui.


 

 

Fazendo vítimas, além dos jovens, as crianças, o grooming surge como forma de aliciamento e manipulação online. Inicia-se através de uma abordagem não-sexual, de forma a convencer a vítima a encontrar-se pessoalmente com o indivíduo, para que este possa consumar o abuso sexual, ou procurando incentivar os menores a produzir e enviar imagens íntimas deles próprios.

Os jovens e adolescentes, mesmo tendo a perceção do impacto que a partilha de um vídeo ou fotografia com conteúdo intimo possa ter, devem sempre precaver-se. É fundamental pensar antes de enviar, para evitar que conteúdos íntimos comecem a circular pela Internet. As plataformas e os equipamentos devem ter palavras-passe fortes e antivírus atualizados, para reforçar a segurança e evitar que sejam acedidos de forma ilegal.

 

 

Pede ajuda e denuncia a situação através da Linha Internet Segura, com o contacto gratuito 800 21 90 90 ou aqui. Não deixes de fazer uma queixa-crime e não partilhes as imagens e vídeos que circulam de outros. Põe fim ao abuso.