Paragem mais do que obrigatória para quem visita a cidade de Tomar, o Convento de Cristo e o seu Castelo dominam a paisagem, no alto da colina sobranceira às ruas nabantinas. O conjunto monumental encontra-se classificado como Monumento Nacional desde 1910 e como Património Mundial da UNESCO desde 1983.

Maria da Luz Lopes, do Serviço Educativo do Convento de Cristo, abriu logo o jogo: “o Convento de Cristo é, de facto, um monumento excecional quando entendido no seu conjunto”. Para tal, foi conduzindo os participantes da Tomar Emotional Academy pelos espaços do monumento, que incluem “como que três conventos «diferentes», uma igreja, um aqueduto e uma mata!”.

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A história do Convento de Cristo estende-se por mais de oito séculos e remonta aos princípios da nacionalidade, com a doação de Tomar aos cavaleiros da Ordem do Templo, ou Templários, por D. Afonso Henriques. Gualdim Pais, mestre da Ordem em Portugal, fundou o castelo em 1160 e é considerado o fundador da cidade de Tomar.

Da Ordem do Templo à Ordem de Cristo é apenas um passo, dado pelo rei D. Dinis aquando da dissolução dos Templários por ordem do papa. Todo o património dessa rica ordem é “herdado” pela nova, o que permitiu ao Infante D. Henrique, nomeado mais tarde administrador da Ordem de Cristo, financiar o projeto português de expansão ultramarina.

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De visita à Charola Templária, um dos pontos altos da visita, o grupo foi surpreendido por uma surpresa, já anunciada por Maria da Luz Lopes: o Ensemble de Guitarras da Escola Municipal de Música de Santiago do Cacém tinha preparado um pequeno concerto para ajudar ao ambiente da visita. A Janela do Capítulo foi outra das vistas incontornáveis do Convento de Cristo, muito embora esteja ainda em recuperação e um pouco encoberta pelos andaimes.

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Mesmo ao lado do Castelo de Tomar e do Convento de Cristo, encontramos a Mata Nacional dos Sete Montes, onde os participantes puderam usufruir de um percurso pedestre interpretativo, protagonizado por Cidália Guia e Jenifer Ferreira, da Divisão de Educação da Câmara Municipal de Tomar. Um dos pontos de paragem foi a Charolinha da Mata, onde, segundo Cidália Guia, “dizem que não há tomarense que não tenha vindo aqui namorar…”. O almoço, providenciado pela Câmara Municipal de Tomar, foi de piquenique, ainda na Mata dos Sete Montes.

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Descendo até à cidade, a paragem seguinte foi mesmo no Salão Nobre dos Paços do Concelho, onde a Tomar Emotional Academy foi recebida pelo Vice-Presidente da Câmara Municipal de Tomar, Hugo Cristóvão, e pelo Diretor da Escola Superior de Gestão de Tomar, Francisco Carvalho. Hugo Cristóvão aproveitou para, para além de dar as boas-vindas “à capital… dos Templários!”, reforçar a principal mensagem do município: “já sabem: seja para vir estudar, seja para passear com as vossas famílias, Tomar está sempre à vossa espera!”.

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Junto ao Rio Nabão, quem recebeu os participantes no Complexo Cultural da Levada foram Andreia Pardal e André Camponês, que puderam explicar a relevância destes espaços culturais no centro da cidade. O Complexo Cultural da Levada encontra-se na levada construída para alterar o curso do Rio Nabão e aproveitar a força das suas águas para “lagares para a produção de azeite e moendas para a produção de farinha de cereais”.

No espaço da antiga Moagem A Portugueza, para além da conservação das máquinas e da história, encontramos algum artesanato. Segundo André Camponês, trata-se de um “projeto de revitalização e salvaguarda do artesanato ligado à Festa do Tabuleiro”.


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Quem também marca aquele espaço é o Atelier, palco de residências artísticas. O artista residente, desde há três anos, é João Bruno, que trabalha com lã de Arraiolos para produzir esculturas e quadros têxteis. “Eu uso a palavra «quadro», mas porque não se trata de uma tapeçaria”, explicou o artista, acrescentando que o termo mais correto seja, talvez, “um painel de lã”.

O século XX trouxe novas tecnologias e foi também neste espaço que foi instalada a Central Elétrica de Tomar, desde o início com o recurso à força hidráulica. Tomar foi, desde cedo, um dos polos pioneiros da introdução em Portugal deste novo tipo de energia. Por exemplo, no âmbito da Festa dos Tabuleiros, em 1914, foi construída em Tomar uma réplica da torre Eiffel com quase 900 lâmpadas, para demonstrar a capacidade e a ingenuidade desta cidade.

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Atravessando para a outra margem do Nabão, a nossa academia passou o resto da tarde na Piscina Municipal Vasco Jacob, entre mergulhos e banhos de sol. É nestes tempos de lazer que as amizades entre o grupo se vão fortalecendo e este é também um apanágio das Academias de Verão Forum Estudante.

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Depois do jantar, houve tempo ainda para uma breve interação com João Perdigão, consultor do Gabinete de Comunicação do Politécnico de Tomar (IPT). João Perdigão costuma dinamizar as ações de divulgação externa do IPT, “seja idas às escolas, feiras dos municípios e também grandes eventos”. Hoje, veio apresentar à Tomar Emotional Academy a mascote do IPT, o já famoso “Zé”. O “Zé” acaba por ser a grande companhia do João Perdigão nestas atividades nas escolas, onde o “Zé” “faz muito sucesso!”.

Amanhã, chega ao fim a Tomar Emotional Academy, mas não sem antes termos uma manhã de atividades no IPT: um Laboratório de Artes!