“É possível encontrar um equilíbrio entre a necessidade de reduzir as taxas de contágio da COVID-19 e a necessidade de reabrir a economia?”. É este o mote do estudo realizado por um grupo multidisciplinar de investigadores portugueses e galegos, que acaba de ser publicado na revista Scientific Reports, do grupo Nature.
A investigação estudou a evolução da pandemia durante a primeira onda em Portugal, durante o primeiro confinamento, uma altura em que "ocorreram circunstâncias de homogeneidade e isolamento dos fluxos de visitantes do exterior", destaca o Politécnico de Leiria, em comunicado, explicando que "essas características, somadas ao seu tamanho populacional relativamente grande, fizeram de Portugal um bom exemplo a ser analisado".
Os investigadores propõem um modelo matemático que ajusta a curva portuguesa de infetados ativos, detetando mudanças na opinião pública (através da análise das redes sociais do país) para corrigir parâmetros do modelo. Depois, são determinadas as estratégias que maximizem o número de pessoas que podem retomar a atividade normal, minimizando o número de infetados ativos, os cursos económicos e o número de hospitalizações. Desta forma, o objetivo passou também por determinar a intensidade e a duração ideais para os períodos de desconfinamento.
Participaram neste estudo, liderado por investigadores da Universidade de Aveiro, o diretor da Escola Superior de Saúde (ESSLei) do Politécnico de Leiria, Rui Fonseca-Pinto, bem como os médicos de saúde pública Rui Passadouro da Fonseca e Estevão Soares dos Santos, da Administração Regional de Saúde do Centro. Participaram ainda a Escola Superior de Enfermagem do Porto e as Universidades de Santiago de Compostela e Vigo.
Optimal control of the COVID-19 pandemic: controlled sanitary deconfinement in Portugal foi publicado na revista Scientific Reports, do grupo Nature e pode ser consultado aqui.